» Francisco Romeu da Silva Vilela (Xico Vilela):
» José Luiz Cunha:
» Pedro Adão Schiavon:
» Odilon Meskó:
» José Carlos Senhorinha:
» Ilmes Pires:
» Hermes Ribeiro de Souza Filho:
» Clovis Carniato:
» Claudiomar Pereira da Cunha:
» Carlos Alberto Gomes Chiarelli:
» Andrio Aguiar:
» Homenagem Rádio Liberdade e Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Canguçu:

- Clique no play no arquivo desejado e espere o mesmo carregar.
 

 

- Homenagem Jornal da FETAG:


Clique na imagem para ampliar.


- Homenagem Blog Canguçu Online:

Blog presta justa homenagem a Geraldo Pegoraro  

Uma lamentável notícia caiu sobre o município de Canguçu na tarde de sábado (27). Por volta das 14h foi anunciada a morte de Geraldo Pegoraro, 75 anos, diretor do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, que não resistiu a um infarto fulminante. Geraldo deixou a esposa Irene Carniato Pegoraro e os filhos Carlos, Augusto e Alexandre.  Os trabalhadores rurais perdem um líder na luta pelos seus direitos sociais, desde 1997 Geraldo exercia a atividade junto à categoria. No Dia 26 de abril, o blog publicou matéria que apontava a possibilidade do ex-diretor do Sindicato formar a chapa tucana com Claudiomar Pereira da Cunha para a disputa pela Prefeitura de Canguçu.  Para homenagear toda esta história protagonizada por Geraldo Pegoraro, Canguçu On Line apresenta detalhes de sua trajetória de vida. O texto foi enviado gentilmente pelo repórter Xirú Gonçalves e faz parte do Arquivo da Rádio Liberdade.   

Matéria publicada pelo Blog: “Homenagem especial a Geraldo Pegoraro”  

Geraldo Pegoraro, filho de Alexandre Pegoraro e Maria Aurora Formentin Pegoraro, nasceu no dia 05 de julho de 1933, na então Vila de Morro Redondo, onde iniciou a cursar o primário. Transferiu-se para Canguçu quando sua família passou a residir no 1º Distrito, localidade de Capela São José. Nesse local, continuou seu estudo primário e elementar da época.  

1960 

Matriculou-se no Curso de Desenvolvimento de Comunidades, da Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Manteve, não obstante suas atividades como trabalhador rural, marcante atuação junto à Frente Agrária Gaúcha (FAG) na organização dos agricultores e fundação de sindicatos de trabalhadores rurais da região sul do Estado, em municípios como Canguçu, Pelotas, Piratini, Pedro Osório, Jaguarão, São Lourenço do Sul, Rio Grande e outros.  

1966 

Foi eleito o primeiro presidente efetivo do Sindicato dos Trabalhadores de Canguçu, para um mandato de dois anos. Nesse período, instalou a Sede do Sindicato em nosso município, onde teve atuação importantíssima para alcançar a Previdência Social ao trabalhador rural, coisa que, naquela época, era considerada utópica por muitos, até mesmo pelos próprios agricultores. Em 1968, foi reeleito para mais um mandato à testa do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Canguçu, época em que os trabalhadores já contavam com um grande número de conquistas, como tratamento médico-odontológico e ambulatorial, prestados por profissionais contratados pelo próprio Sindicato.  

1971 

Novamente foi reconduzido à presidência da entidade. Não concluiu essa gestão em virtude de ser eleito para exercer a Secretaria Geral da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do Sul - FETAG-RS, sediada em Porto Alegre. Nesta ocasião, foi o responsável pela expansão da idéia do sindicalismo pelo estado do Rio Grande do Sul, sendo elemento principal para a fundação de quase uma centena de sindicatos de trabalhadores rurais no estado, embora as dificuldades impostas pelos que pensavam, à época, ser sua intenção a formação de uma república sindicalista.  

Teve sua jornada reconhecida pelo Ministério do Trabalho e pela Presidência da República e, principalmente, pelos trabalhadores rurais de todo o Estado, que o reconduziram à diretoria da FETAG-RS e à vice-presidência da CONTAG - Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura, com sede em Brasília. De lá desencadeou e teve atuação marcante na fundação de entidades sindicais da categoria por todo o Brasil.  

Ao ingressar na FETAG-RS, em 1971, esta contava com 76 sindicatos em todo o Estado. Em 1977, com todo o trabalho árduo e laborioso de Geraldo Pegoraro, o Estado contava com 232 entidades organizadas e em funcionamento, sendo que todas elas tinham com base o Sindicato de Canguçu, que tinha o maior número de associados e a melhor estrutura de atendimento aos seus sócios.  

Até os dias de hoje, o quadro de associados do Sindicato já contou com mais de trinta e cinco mil sócios e é reconhecido como um dos maiores da categoria na América Latina. Na história do Movimento Sindical dos trabalhadores rurais, toda a sorte de dificuldades esteve presente. Geraldo Pegoraro foi um grande lutador, mesmo distante de Canguçu, lutou pelos agricultores no sentido de ver cumpridos os instrumentos com relação à posse da terra e seu uso. Geraldo Pegoraro sempre percebeu a tentativa da destruição da pequena propriedade, da propriedade da agricultura familiar, que é o lugar onde o homem rural se realiza como pessoa e que, apesar das dificuldades, mantém a liberdade de dispor das coisas que ele próprio quer. Note-se que hoje nosso município depende economicamente - e quase que com exclusividade - das riquezas geradas pelo trabalho do pequeno agricultor e de suas conquistas, como no campo previdenciário, por exemplo.  

A luta representava a própria possibilidade do progresso, e o trabalhador rural de Canguçu obteve, desde 1962, muitas conquistas, mesmo não chagando a ocupar a posição que realmente merece. Entre as conquistas nas quais Geraldo Pegoraro atuou, estão a implantação de assistência jurídica, médica, odontológica, ambulatorial e o serviço pioneiro no município de Canguçu, prestado pelo Sindicato, no que diz respeito ao transporte de doentes em ambulância. O Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Canguçu também, de forma pioneira, pôs em funcionamento o serviço de pronto-atendimento médico e ambulatorial gratuito e ininterrupto, com médicos e enfermeiros plantonistas. Este serviço era dirigido aos agricultores e aberto, também, à comunidade em geral. O atendimento foi parcialmente desativado após, finalmente, a criação do serviço de pronto-socorro no Hospital de Canguçu.  

O Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Canguçu se fez forte e fortaleceu também o trabalhador de Canguçu, que hoje é reconhecido como força produtora básica da sociedade. Após 1977, Geraldo Pegoraro foi convidado a exercer funções na Secretaria do Trabalho e Ação Social do Governo do Estado, quando teve a oportunidade de organizar em Canguçu e região o Sistema Nacional de Emprego - SINE.  

1979 

Concorreu novamente - por reivindicação dos sócios e trabalhadores rurais de Canguçu - à presidência do Sindicato. Reelegeu-se por mais duas vezes, porém licenciou-se em 1986 para atender à nova convocação dos trabalhadores de todo o Estado, quando assumiu a Secretaria Geral da FETAG-RS.  

Participou ainda do Instituto Tancredo Neves, órgão que elaborou o anteprojeto da Constituição Federal. Do Rio Grande do Sul, Geraldo Pegoraro e a Dra. Rosah Russomano foram as pessoas escolhidas para representar o Estado nessa atividade. Em 1988 foi candidato a prefeito de nosso município pelo Partido da Frente Liberal (PFL). Assumiu, logo em seguida, a convite do Governo Federal, a Delegacia do INCRA - Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - no Rio Grande do Sul. Nessa ocasião, titulou grande número de propriedades no Estado, citando como exemplo o município de Bossoroca.  

1993 

Assumiu a chefia do Núcleo de Eletrificação Rural da Prefeitura Municipal de Canguçu. Exerceu essa atividade até 1997, quando pode dedicar-se exclusivamente ao Movimento Sindical. Geraldo Pegoraro fez parte da diretoria do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Canguçu até seus últimos dias de vida.  Geraldo era casado com Irene Carniato Pegoraro e tinha três Filhos: Carlos, Augusto e Alexandre. 

Geraldo Pegoraro - que sempre pautou sua vida na luta por conquistas sociais dos trabalhadores - jamais se desvinculou de sua categoria, exercendo a atividade agrícola até a data de sua morte. Ele faleceu de forma repentina, por problemas cardíacos, no dia 27 de setembro de 2008, deixando também netos, amigos e milhares de trabalhadores rurais que perderam um líder, mas ganharam uma lição de vida.    

Veja os comentário oriundos da publicação da Matéria:




Clique na imagem para ampliar.